quinta-feira, 13 de maio de 2010

12/05/2010 Grêmio 4 x 3 Santos - Copa do Brasil


Local: Estádio Olímpico
Data: 12/05/201
Árbitro: Sandro Meira Ricci/DF
Auxiliares:Roberto Braatz/PR e Enio Ferreira de Carvalho/DF

Gols: André, aos 15 e aos 20 do primeiro tempo. Borges, aos 12, aos 18 e aos 30, Jonas, aos 22, Robinho, aos 37 do segundo tempo

Cartões amarelos: Rodrigo, Ozeia, Hugo, Adilson e Edílson (Grêmio); Durval, Robinho, Marquinhos e Arouca (Santos)

GRÊMIO 4: Victor, Edílson, Ozeia, Rodrigo e Mário Fernandes (Joilson); Adilson, Willian Magrão (Fábio Rochemback), Hugo e Douglas (Maylson); Jonas e Borges. Técnico: Silas

SANTOS 3: Felipe, Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Wesley, Marquinhos (Rodrigo Mancha) (Rodriguinho) e Paulo Henrique Ganso; Robinho e André. Técnico: Dorival Junior

Grêmio vence Santos por 4 a 3 em jogo histórico no Olímpico

Tricolor joga pelo empate na Vila Belmiro

O que o Olímpico viu na noite desta quarta pode ter sido um dos últimos jogos que entrarão para a história do estádio. O Grêmio encarou o Santos pela primeira semifinal da Copa do Brasil em um partidaço. Depois de largar perdendo no primeiro tempo, fez quatro gols no segundo tempo. André fez os gols santistas nos 45 minutos iniciais. Mas Borges (três) e Jonas garantiram a virada. Robinho descontou no fim

A igualdade de forças na queda de braço entre as duas melhores campanhas na temporada não passou de 15 minutos. O Grêmio se apresentou para o jogo no 3-5-2, com Hugo na ala-esquerda, Mário Fernandes na zaga e Edílson pela direita.

Não funcionou conforme o esperado, se a ideia era surpreender. Douglas ficou sem parceria para a criação, Hugo se apagou por um setor em que já disse não gostar de atuar. Enquanto isso, o Santos puxava os contra-ataques e ditava um ritmo forte do meio para frente, com Ganso, André, Robinho e Marquinhos — que substituiu Neymar, suspenso. Na defesa, Durval e Edu Dracena foram superiores à dupla Jonas e Borges.

Mas o time de Dorival Junior começou a abrir a caixa de ferramentas e repertório de jogadas aos 15 minutos da etapa inicial. Escanteio cobrado da esquerda de ataque por Marquinhos, com efeito, deixou Victor indeciso se saía para tentar espanar a bola ou não. André não teve dúvida. Cabeceou na altura do segundo poste, estufou as redes.

O Grêmio em campo sentiu, e o Grêmio fora de campo, a torcida, também. Silêncio no Olímpico. E não teve chance de reação. Douglas, na tentativa de fazer um lançamento para Hugo na esquerda, teve a bola roubada por Ganso, um maestro.

O meia santista deu passadas largas pelo círculo central, tendo a bola dominada, e colocou André de frente para o gol. O atacante bateu fora do alcance de Victor e estabeleceu o 2 a 0 no placar.

A partir disso Silas passou uma borracha no 3-5-2. Mário veio para a lateral, Edílson foi para a esquerda e Hugo reapareceu como meia. A reação do Grêmio veio, mas parou no goleiro Felipe. Na única vez que a zaga furou, cometeu pênalti.

Willian Magrão foi derrubado por Durval. Jonas se apresentou e bateu no canto esquerdo. Mas Felipe defendeu. No rebote, Edilson mandou para a linha de fundo.

O Grêmio ainda teve chances com Adilson e novamente com Edilson, em cobranças de falta. Felipe foi impecável na defesa.

Parecia tudo perdido. Santos é o time do momento, melhor ataque do Brasil na temporada, meninos da Vila Belmiro abriram boa vantagem no primeiro tempo. Parecia. Bastaram 22 minutos na etapa final para tudo virar, mas tudo mesmo. Sem fazer alterações no time, o time de Silas cresceu. Pesa aí também o fato de o Santos ter voltado para o jogo "desacelerado". Melhor para o Grêmio que começou a partir disso a reação.

Bastaram 10 minutos para que o Grêmio descontasse. Borges aproveitou rebatida da zaga do Santos e bateu da pequena área. Oito minutos depois, Borges de novo. Em um contra-ataque fulminante puxado por Douglas, pelo meio. Ele abriu na direita para o avanço de Jonas, que rolou a bola cruzada na área, rasteirinha. Borges só encostou e igualou o marcador.

Não parou por aí. O Grêmio viu que era possível e seguiu em cima. Jonas recebeu na intermediária, olhou para Felipe e bateu no ângulo aos 22 minutos. Enfim o 3 a 2 e o Grêmio havia construído a virada. Os meninos de Dorival Júnior estavam só na defesa, Ganso havia sumido. O treinador, inclusive chegou a queimar substituição colocando Rodrigo Mancha no lugar de Marquinhos. Minutos depois tirou Mancha e colocou Rodriguinho.

E o Grêmio ainda tinha mais a apresentar. Jonas começou a joagda pela direita e inverteu para Hugo na esquerda. A bola voltou para o atacante, que viu o ingresso de Borges na área. O centroavante não perdoou e bateu no canto de Felipe aos 30 minutos.

Mas Santos tinha Robinho. Num lançamento aos 37 minutos, em lance normal, dominou no peito dentro da área e bateu para descontar no placar: 4 a 3.


Reaparece o Imortal Tricolor

Luiz Zini Pires

Meu Deus!

Por onde começar, o que dizer?

Como explicar?

Se o Brasil tivesse que mostrar um jogo ao mundo nos primeiros cinco meses de 2010, exibiria Grêmio e Santos (4 a 3). Foram marcados sete gols, dois no primeiro tempo. Foi uma decisão com tudo o que o futebol pede, exige, oferece. Foi um espetáculo.

Foi um grande jogo. Foi o melhor que o Olímpico viu em anos.

O Grêmio perdia por 2 a 0. Fez quatro em 30 minutos no segundo tempo. Virou o jogo com uma atuação épica, histórica. Performance que os filhos contarão aos netos em três gerações. Jogo que se vê, revê, se conta e se espalha.

Jogos como o desta quarta definem a fama do Grêmio como o Imortal Tricolor. Perdia, virou. Parecia entregue, buscou forças no intervalo, no vestiário.

Saiu com um 4 a 3, um escore apertado, difícil de ser sustentado na Vila Belmiro, mas teve uma recuperação que encantou os quase 40 mil que foram ao Olímpico, que emocionou os milhares (milhões?) de gremistas espalhados pelo Rio Grande do Sul.

Porto Alegre viu um grande Santos, rápido, insistente, ofensivo, qualificado e que fez dois gols na falha do adversário e dominou um assustado Grêmio no começo.

O Santos perdeu gols, mas o melhor em campo no primeiro tempo foi Felipe, que defendeu até pênalti. Os paulistas poderiam ter ampliado, perderam gols, envolveram um perturbado tricolor. Se a etapa inicial terminasse 5 a 3 para o Santos muito poucos seriam contra.

O Grêmio voltou diferente na segunda parte. Errou menos, pressionou mais, marcou melhor. Os gols foram saindo ao natural nas falhas santistas, na pressão, no grito, mas também na qualidade de Jonas, Borges e Douglas.

Borges, o craque do jogo, fez três. Jonas guardou o quarto.

A vitória foi épica, mas a defesa, com Ozeia, Edilson e Joílson falhou demais, Rochemback entrou e o Grêmio caiu. Silas precisa reorganizar seu sistema defensivo.

Alçapão santista, a Vila é um campo apertado, com a torcida em cima e uma pressão de jogo no interior gaúcho. O leve, ambicioso e habilidoso Santos é um perigo. Em casa, o perigo é sempre triplicado.

O empate é gaúcho. Mas empatar com o Santos do craque PH Ganso é tarefa especial. Com Neymar, que volta, o problema é pior.

O Santos continua favorito.

Mas ninguém apaga a inacreditável virada tricolor no Sul.

Façanha digna do Imortal Tricolor.




Quatro gols em 30 minutos. Foi o intervalo

Mário Marcos

Mais uma vez, como tem ocorrido com espantosa frequência, o time do Grêmio passou pelo milagre do intervalo. Quando o primeiro tempo do jogo desta noite, no Olímpico, terminou, parecia tudo perdido. O Santos esbanjava categoria e vencia por 2 a 0. Mas aí houve os minutos de intervalo. Na volta, em apenas 30 minutos, o Grêmio fez quatro gols e virou. Levou o terceiro, é verdade, mas ficou bem melhor do que sair do Olímpico com derrota.

Na partida da volta, na Vila Belmiro, joga por empate ou vitória por qualquer escore.

Os pouco mais de 38 mil torcedores que foram ao Olímpico viram um grande espetáculo de futebol, com sete gols. Viram também dois tempos bem diversos de seu time.

No primeiro, viu o Grêmio atordoado diante do toque de bola rápido e de categoria do time paulista, que confirmou tudo o que se falava dele. Na base do toque e da velocidade, especialmente a partir da retomada de bola, o Santos fez logo dois gols.

Um aos 15 minutos, por André, que voltou a marcar aos 20. Esteve perto de marcar outro, quando Ganso deu um toque por cima do goleiro Victor, mas acertou o travessão. Jonas ainda perdeu um pênalti aos 25 minutos (chutou no meio do gol, em defesa de Felipe), o ataque desperdiçou outras chances, mas no fundo o torcedor percebeu que o adversário era bem superior.

Mas aí houve o intervalo salvador.

Na volta, Silas anunciou:

- Precisamos continuar forçando, numa hora a bola vai enhtrar.

E foi assim. Na base da raça, do entusiasmo, com velocidade, o Grêmio fez quatro gols em 30 minutos, um a cada sete minutos e meio. Foi o período em que o herói foi Borges, autor de três dos quatro gols.

O primeiro deles aos 12 minutos. Seis minutos depois, empatou. Mais quatro e Jonas acertou um chute forte, da intermediária, e mandou a bola no ãngulo. A torcida nem tinha parado de gritar e Borges marcou outro.

O Santos estava tão atordoado nesta altura do jogo que o técnico Dorival Júnior tomou uma atitude rara: substituiu Mancha, que entrara seis minutos antes, porque ele estava errando com frequência, perdido na marcação.

O prejuízo veio aos 37 minutos, quando Ganso, em uma das tantas jogadas de categoria que fez na partida, deu um lançamento perfeito, no peito de Robinho, que dominou e descontou, marcando o terceiro do Santos.

Acima de tudo, o torcedor viu um grande espetáculo de futebol. Confirmou que o Santos é um time diferente no futebol brasileiro atual, com um ataque competente e uma defesa falha. Viu também que o Grêmio mantém a força e o poder de superação quando joga diante de seu torcedor, que cantou o tempo todo.

Foi uma noite de homenagem ao futebol no Olímpico, um dos melhores jogos da temporada.



Grêmio faz virada para a história

Wianey Carlet

O primeiro tempo terminou com vitória do Santos por dois a zero. Tempo muito feio para o Grêmio. Veio a etapa final e em 10 minutos, dos 12 aos 22 minutos , o Grêmio virou o escore para três a dois. Os gremistas se beliscaram. E o que parecia um sonho ficou melhor ainda quando, aos 31 do segundo tempo, Borges marcou o quarto gol do Grêmio. Aí virou loucura nas arquibancadas. Estava quatro a dois, uma bela vantagem que o Grêmio levaria para a Vila Belmiro. Mas, deixaram Robinho livre e este pecado não teve perdão. Gol do Santos.

O empate no próximo jogo favorece o Grêmio, mas alguém acredita que o Santos não fará gol? Pior, se no Olímpico marcou três, quantos marcará na Vila? A grande esperança do Grêmio não está na sua capacidade de se defender mas, sim, na força do seu ataque. Time que tem Jonas e Borges desfruta o direito de ter esperança, sempre. O jogo de ontem foi mais do que um jogo, foi um jogão. Sete gols memoráveis. Borges foi o maior nome da partida, marcando três gols. Agora, a Vila famosa. Desta vez, o Santos terá Neymar. Complicou, mas não é impossível.


Que beleza!

Paulo Roberto Falcão

Encontrei ontem no aeroporto Salgado Filho o ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal. Ele me cumprimentou e já foi me dizendo que não gostou da convocação da Seleção Brasileira porque Dunga deixou os garotos do Santos de fora. E pediu permissão para filosofar:

"A natureza não é previsível, modifica-se a toda hora. O futebol também tem que ser assim, tem que ser jogado com ousadia". Se estivesse ontem à noite no Olímpico, o vice-presidente do STF teria aplaudido muito. Não só o Santos mostrou o seu futebol exuberante como também o Grêmio partiu para o ataque, virando um jogo que parecia perdido. Ao final do belo espetáculo, sete gols e outros lances de grande talento, como aquela cavadinha de Ganso diante de Victor, que encontrou defesa no travessão.

Como é bonito o futebol voltando para o ataque. Silas e Dorival Júnior estão de parabéns. Seus times honram o melhor futebol brasileiro.

É bonito de ver dois times que atacam. Grêmio e Santos deram ontem um belo espetáculo, de ousadia, de ambição, de busca da vitória. O Grêmio estava morto com os 2 a 0 do primeiro tempo e ressuscitou com ataques fulminantes. Vai vivíssimo para a Vila Belmiro.


Grêmio vira e assume a vantagem

Adroaldo Guerra Filho

Foi, disparado, a maior vitória do Grêmio em 2010.

Quem esteve no Olímpico, quem ficou na frente da tevê, certamente se assustou com o que viu do time gaúcho nos primeiros 45 minutos.

Mal posicionado em campo, o Tricolor acabou envolvido pelo Santos.

Perdeu o meio-campo, entrou em parafuso, levou dois gols, bola na trave e não conseguia envolver o Peixe, como quase todos queriam e esperavam.

Verdade que o Grêmio errou pênalti, obrigou o goleiro Felipe a fazer duas ou três defesas importantes.

Mas tudo aconteceu na base da individualidade.

Ai veio o intervalo e, mais uma vez, o técnico Silas, arrumou a casa.

O Grêmio voltou diferente, botou na cabeça que tinha 45 minutos para virar, para transformar o limão em limonada.

E virou!

Marcou quatro gols em menos de 25 minutos, enlouqueceu o torcedor, enlouqueceu o Santos, transformou tudo.

Agora, a vantagem é do Grêmio.

Claro que será outro jogo, outro ambiente, mas a verdade é que o Tricolor vai para a Vila com a possibilidade de garantir a presença na sonhada final com qualquer empate ou., com qualquer vitoria.

E, fiquem certos, não é pouco.

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