Náutico 0 x 1 Grêmio
Árbitro: Djalma Beltrami (RJ).
Local: Estádio dos Aflitos – Recife/PE
Data e horário: 26.11.2005 – 16h
Gols: 63min - 2º tempo - Ânderson
Cartões Amarelos: Bruno Carvalho (Náu), Tozo (Náu), Paulo Matos (Náu), Miltinho (Náu), Pereira (Grê), Lipatin (Grê)
Cartões vermelhos: Batata (Náu), Escalona (Grê), Nunes(Grê), Patrício(Grê), Domingos(Grê)
Náutico: Rodolpho; Bruno Carvalho (Miltinho), Tuca, Batata e Ademar; Tozo (Betinho), Cleisson, Davi (Romualdo) e Danilo; Kuki e Paulo Matos. Técnico: Roberto Cavalo.
Grêmio: Galatto; Patrício, Domingos, Pereira e Escalona; Nunes, Sandro, Marcelo Costa e Marcel (Anderson); Lipatin (Marcelo Oliveira) e Ricardinho (Lucas). Técnico: Mano Menezes.
Vídeo sobre a Batalha dos Aflitos
Grêmio Campeão Brasileiro – Série B - 2005
Fonte: Grêmio.net
O jogo era tenso e o adversário, forte e valoroso, tentava desmontar a vantagem gremista construída ao longo dos jogos finais do quadrangular decisivo. O Naútico, que estava há 11 anos sem disputar a Série A, contava com o apoio de sua grande torcida, da imprensa, da Federação e dos políticos pernambucanos que queriam ver as duas equipes do Estado (o outro time, o Santa Cruz, que derrotou no mesmo dia a Portuguesa) de voltar à elite do futebol brasileiro.
Apesar da pressão do Naútico, o tricolor conseguia se manter calmo mesmo depois da equipe da casa ter perdido um pênalti, ainda no 1º tempo. Contudo, o que estava para acontecer na etapa final era algo inacreditável.
Aos 33 minutos do 2º tempo, Escalona coloca a mão na bola, sendo expulso, pois já tinha cartão amarelo.
No minuto seguinte, Galatto, numa dividida de bola com o atacante Miltinho, evita o gol do adversário.
Aos 35, o erro clamoroso do juiz! Um chute de fora da área esbarra no cotovelo de Nunes, colado junto ao corpo. O volante já tinha até virado o rosto, explicitando a sua não intenção de tocar na bola, no entanto, o juiz aponta, equivocadamente, a penalidade máxima. A reação dos atletas gremistas foi de indignação, havendo um cerco ao árbitro que expulsou primeiro Patrício (que peitara o juiz), seguido de Nunes, e mais tarde de Domingos que dera um tapa na bola tirando-a das mãos do árbitro.
Os dirigentes gremistas, indignados, invadiram o campo protestando contra essa calamidade. Entre os mais exaltados, surge a idéia de retirar o time de campo. Todavia, o bom senso prevaleceu e a decisão de seguir com o jogo foi tomada.
A partida ficou paralisada por longos 25 minutos, antes da cobrança do pênalti. Durante este período, Marcel e Galatto resolveram “arrumar” a marca da cal onde o pênalti seria cobrado.
O time tinha dois desafios: não tomar o gol de pênalti e segurar, com 7 jogadores, o Náutico por pelo menos mais 10 minutos, uma missão quase impossível.
Galatto defende o pênalti e a torcida adversária, percebendo o cheiro da tragédia, começa a deixar as dependências do estádio.
Dois minutos depois, Anderson faz uma jogada individual e é derrubado por Batata que é expulso.
Marcelo cobra rapidamente a falta para Anderson. Este, pegando a defesa adversária paralisada e que não estava acreditando no que acontecia, passa por dois marcadores em velocidade e com tranqüilidade e categoria, desvia do goleiro, fazendo um golaço incrível.
Em poucos segundos o título da Série B, que era comemorado pelo Santa Cruz no estádio vizinho do Arruda, pois o jogo já havia terminado, passa para o imortal tricolor, numa das mais espetaculares partidas da história do futebol.
Essa vitória teve repercussão na imprensa esportiva nacional e mundial, aparecendo inclusive no site do Times, sendo lembrada como exemplo de obstinação, garra e luta, e uma prova de raça, astúcia, irresignação e do peso da camisa tricolor, ofuscando até os títulos de outras competições.
GRÊMIO, CAMPEÃO.
O gol de Ânderson na narração da Pedro Ernesto Denardin (Rádio Gaúcha)
O gol de Ânderson na narração da Haroldo de Souza (Rádio Guaíba)
Matéria da Rádio guaíba sobre os 4 anos da Batalha dos Aflitos